Agora um pouco sobre mim
Eu já me fud# bastante nessa vida
Hoje, sou psicólogo formado pela UNIVASF, pesquisador (estou terminando meu mestrado) e artista (eu escrevo livros e canto minhas próprias músicas).
Quando vê assim, dá a impressão que eu nasci com os dons incríveis da criatividade e da disciplina. Eu simplesmente fui criativo e disciplinado e TCHARAN: IGOR MANEIRO.
Mas acontece que não é bem assim. Primeiramente, eu, como qualquer outra pessoa, tenho um monte de defeitos. Lá em cima eu falei que sou obcecado por autenticidade, certo? Também falei que fiquei escrevendo das 15 até às 22 horas, né? Acontece que exatamente agora são 23:16 (dia 27/02/2024. Eu terminei a primeira versão 00:20), e eu ainda estou meio obcecado aqui reescrevendo, pondo detalhes, pensando coisas novas... Eu também sou um rapaz esquecido. Eu também sou desatento pra algumas coisas. Enfim, uma pessoa comum.
Segundamente, que sim, hoje eu tenho algumas habilidades que eu não tinha. Mas elas não vieram espontaneamente. Eu dei muita canelada pra conseguir.
Se você não acredita, veja o depoimento:
Se você não é jovem o bastante, "tankou" quer dizer algo como "suportou"
Eu poderia apenas dizer, com minha vaidade, que eu não nasci sabendo, e dizer, sem muita convicção, que tenho defeitos. "O meu defeito é o perfeccionismo". Mas eu estaria enganando vocês. Porque na jornada pra me tornar assertivo e gentil, eu acabei sendo, em muitas vezes, passivo agressivo e agressivo. E não é simples admitir isso, pois eu preciso de muita auto-compaixão pra entender que eu não sou mais o mesmo e que eu fiz o bastante com o tempo e recursos que eu tinha. Assim como muitos, eu errei. E isso é normal.
Prints de uma comunidade exclusiva que eu tenho com os mais fieis seguidores do Igor Maneiro.
Por outro lado, poderia também forçar uma modéstia, e dizer que tenho um monte de defeitos. Mas eu posso simplesmente dizer a verdade: eu tenho defeitos, como todo mundo, mas hoje sou uma pessoa mais gentil e assertiva. Eu tenho uma vida mais ou menos boa, com dias mais animados, outros mais entediantes, e outros mais tristes. Mas agora eu sinto que minha vida tem um significado. Eu nasci para escrever. Eu nasci para ajudar. Eu nasci pra compor. E ao reparar isso, eu tenho um misto de emoções. Felicidade, pois depois de anos de depressão, consegui construir um significado. Tristeza pelos anos que sofri, e pelo tanto que me tratei mal, e às vezes continuo me tratando.
Hoje, se eu pudesse escolher duas frases pra explicar como eu sou, a primeira seria:
É preciso imaginar Sísifo feliz.
Sísifo é um personagem grego que enganou a morte e os deuses para ficar vivo. Pois a vida dele era ajudando os outros. Como punição, os Deuses o fizeram empurrar uma pedra morro a cima, e deixá-la cair.
História super triste, certo?
Até que um autor Franco-Argelino, Albert Camus, dá uma interpretação muito criativa, em seu ensaio "O mito de sísifo". A primeira frase do livro é:
"O único problema sério da filosofia é o suicídio. Se a vida vale a pena ser vivida ou não".
E a última é: "É preciso imaginar sísifo feliz".
A interpretação do Camus, na minha visão, é a seguinte: na verdade, Sísifo, enganou a morte e os deuses mais uma vez, pois ele está vivo. Nós temos que imaginar que quando Sísifo está descendo, dessa tarefa absurda que é subir infinitamente com essa pedra, ele olha para uma flor e diz algo como: "puta q pariu, que flor bonita", "olha só esse coelho, como é bom estar vivo". Isso porque, a nossa vida é tão absurda como a tarefa de Sísifo. Acordamos, trabalhamos, descansamos, dormimos, acordamos, trabalhamos, descansamos, dormimos...
Diante do absurdo, Sísifo olha o céu e aprecia sua beleza.
A segunda frase é "Há de endurecer, mas perder a ternura, jamais".
Então, basicamente eu era uma pessoa comum, e com tempo e algum esforço, eu aprendi a construir uma vida melhor.
Eu tive depressão severa em 2021. Lá eu realmente achei que ia morrer. Antes de morrer eu queria deixar um legado. Escrever um livro e deixar um álbum musical. Eu também tive ansiedade social depois de ser "cancelado" na universidade. Me difamaram em redes sociais, e eu achava que todos me odiavam. Nem queria mais ir para universidade.
Fora a pandemia, claro.
Acontece que eu não me matei em 2021.
E não só um livro, como soltei três livros naquele ano.
Notem as datas.
Não só um álbum, como lancei dois naquele ano.
Logo depois, me formei em psicologia. Superei a ansiedade social, depois a depressão. Comecei a ajudar gente assim também.
Não sou perfeito. E nem pretendo. Ser suficientemente bom naquilo que me proponho já basta. Hoje consigo me expor a basicamente qualquer situação, mesmo sentindo ansiedade (como essa situação que rasguei o short e fiquei praticamente de cueca o carnaval inteiro). Consigo cantar no Karaokê sozinho, expor o que quero na internet...
E a vida é isso.
this is METALINGUAGEM REFERENCE??
Um abração!